quinta-feira, 17 de maio de 2012

O conhecimento?!...


Segundo o livro de Gênesis, do Antigo Testamento, descendentes de Noé chegaram a uma planície na Babilônia e iniciaram a construção de um templo tão alto que chegaria aos céus. Mas Deus castigou a sua soberba e confundiu as línguas. Eles não mais se entenderam e espalharam-se pelo mundo.
São inúmeros os simbolismos que esse relato provoca. A interpretação mais evidente é sobre a origem das diversas línguas; ou poderia ser uma advertência para que os humanos não queiram igualar-se aos deuses.
Imaginemos, porém, a hipótese de que ate hoje a humanidade busca o contrario da Babel: o entendimento universal pelo confronto dos discursos diferentes diante dos quais tentamos o entendimento.
Comecemos com Nietzsche, que comenta o que as pessoas entendem por conhecer, a fim de explicar uma das funções do filosofar: o olhar como estranho, “ver de fora” aquilo que é família, problematizar nossas certezas:
O conhecido, isto é, aquilo a que estamos habituados, de modo que não mais nos admiramos, nosso cotidiano, alguma regra em que estamos inseridos, toda e qualquer coisa em que nos sentimos em casa: - como? Nossa necessidade de conhecer não é justamente essa necessidade do conhecido, a vontade de, em meio a tudo o que é estranho, inabitual, duvidoso, descobrir algo que não mais nos inquiete? E o jubilo do que conhecem não seria precisamente o júbilo do sentimento de segurança requisitado? [...]    erro dos erros! O familiar é o habitual: e o habitual é o mais difícil de ‘conhecer’, isto é de ver como problema, como alheio, distante, ‘fora de nós’...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário